Bom Jesus de Itabapoana já apresenta epidemia da doença.
Segundo secretaria, sete pessoas morreram no estado em 2 meses.
O estado do Rio de Janeiro já contabiliza 13.114 casos de dengue, desde o dia 2 de janeiro até o dia 26 de fevereiro. Em 2010, no mesmo período, foram confirmadas 1.664 vítimas do mosquito em todo o estado. As informações são da Secretaria estadual de Saúde. O município de Bom Jesus de Itabapoana apresenta epidemia da doença e outras sete cidades estão em estado de alerta, por conta do aumento do número de casos.De acordo com o superintendente de vigilância ambiental e epidemiológica, Alexandre Chieppe, esses locais podem apresentar surto. "Devido ao número elevado, pode ser que venham a configurar surto mais pra frente", afirmou ele.
Em dois meses de 2011, sete pessoas morreram por conta da dengue. Os municípios que registraram morte foram: Nova Iguaçu, Magé, Cabo Frio, São Gonçalo, Maricá, Rio de Janeiro e São João de Meriti.Bom Jesus, única cidade com surto da dengue, apresenta uma taxa de incidência de 1.950 casos por 100 mil habitantes. Os municípios em alerta são: Cantagalo (852,4 casos/100 mil hab.), Santo Antônio de Pádua (845,5 casos/100 mil hab.), Magé (526,4 casos/100 mil hab.), Cambuci (431,6 casos/100 mil hab.), Itaocara (318,7 casos/100 mil hab.), Seropédica (303,1 casos/100 mil hab.) e Mangaratiba (300,2 casos/100 mil hab.).
Em 2010, as cidades que concentraram o maior número de casos foram Porciúncula (512), Casimiro de Abreu (304), Tanguá (175), Macaé (154), Rio de Janeiro (114), Itaboraí (81) e Campos dos Goytacazes (66). Naquele ano, do dia 2 de janeiro ao dia 26 de fevereiro, foram registrados três óbitos: dois em Macaé e um em Porciúncula.
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Aumento era esperadoSegundo o superintendente, o grande aumento do número de casos já era esperado pelas equipes. Segundo ele, isso se explica porque o vírus que voltou a circular é o tipo 1, que estava afastado do estado desde a última epidemia, em 2008.“A gente já trabalhava com essa hipótese desde o fim de dezembro de 2009, por conta da volta de circulação do vírus tipo 1 em São Paulo e em Minas Gerais. É normal a alternância do vírus. No ano passado tínhamos a circulação do tipo 2 em uma população que já estava imune a esse vírus, por isso os números foram mais baixos. Agora, com o tipo 1, toda a população está suscetível, então as chances são muito maiores”, explicou.
Ele afirmou que os números elevados no início de 2011 não assustam os profissionais de saúde porque, se comparado com os números de 2008, quando o vírus tipo 2 entrou no estado e se deu a epidemia, os atuais registros são baixos. “Os números esse ano ainda são pequenos em relação aos anos epidêmicos, que foram 2008, 2002 e 1993, por exemplo”, afirmou.
Chieppe disse que as ações da secretaria foram intensificadas desde 2009. “Está longe de uma epidemia no estado”, disse ele.
Rio tem 9 bairros com surto
A cidade do Rio de Janeiro tem nove bairros com o surto da dengue. Neles, a taxa de incidência passa de 300 casos a cada 100 mil habitantes O número de registros da doença no município chegou a 5.064 desde o começo do ano, o que significa quase 10 vezes mais se comparado ao mesmo período do ano passado.
Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, teve o maior número de pessoas infectadas pelo mosquito transmissor da dengue. Em seguida está Barra de Guaratiba.
No Rio Comprido, foram 69 casos somente no mês de fevereiro. A taxa de incidência no bairro é de 272 casos a cada 100 mil habitantes. Os moradores dizem que estão preocupados e que não recebem visita de agente de saúde.
AlertaO superintendente alertou para que pessoas com febre, dores no corpo, atrás dos olhos, nas articulações e ainda manchas vermelhas pelo corpo devem procurar um médico, para evitar complicações. O aviso, segundo ele, é para todos os municípios do Rio, já que no período de verão o número de casos aumenta.
“A gente esta em alerta, a gente implantou uma sala de situação, faz monitoramento dos dados diariamente, temos equipes grandes realizando visitas aos municípios”, contou Chieppe, ressaltando que ainda há um plano de contingência pronto.
De acordo com ele, para que o estado inicie ações mais contundentes contra a dengue é preciso que o Rio de Janeiro apresente uma média acima de 300 casos por 100 mil habitantes. “Não há como interromper a transmissão, isso é impossível. Há casos no mundo inteiro. O que a gente trabalha é para diminuir o número de casos e também os registros de morte”, disse ele.
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