PARA REFLEXÃO...
 A coluna de Raquel Faria de hoje, no Diário de Itabira, traz 3 notas que merecem nossa reflexão. Vou transcrevê-las, na íntegra:
  
 
"GRANA DE MAIS
A tonelada de minério de  ferro custava US$ 39 em 2007. Chegou a US$ 67 este ano. Com o consumo  forte da China, mineradoras estão reajustando preços a cada 3 meses. As  exportações de minério de Minas até julho -US$ 9,5 bilhões - já se  aproximam dos valores de todo o 2009 - US$ 10,5 bilhões. Analistas  estimam que a cifra vai fechar 2010 em US$ 24 bilhões - um tremendo  resultado que, absurdamente, vai deixar pouco nos cofres do estado, em  virtude da isenção de ICMS da Lei Kandir, uma lei Federal.
EMPREGO DE MENOS
Já se provou, por A mais B,  que imposto não interfere no preço do minério de ferro. Portanto, o  ICMS que o estado deixa de recolher apenas engorda o lucro das empresas.  Elas geram empregos, é claro, para extrair o minério que exportam. Mas  não são tantos assim. Conforme divulgou nesta semana o IBGE, o emprego  industrial cresceu 2,4% no 1o.semestre. A menor alta, de meros 0,2%, foi  registrada justo em Minas, onde a expansão econômica foi puxada pela  indústria extrativa, que registrou o maior avanço no estado, segundo  estudo da Fiemg: 57%.
NOSSA RIQUEZA?
As mineradoras estão  produzindo e exportando como nunca para aproveitar a onda chinesa. Seus  lucros são recordes. E não estão deixando benefícios à altura da riqueza  que tiram do estado. A idéia de que as riquezas naturais pertencem à  sociedade, um preceito consagrado no mundo, pode valer no Brasil para o  petróleo do Rio, mas não tem valido para o minério de Minas. Vale  ressaltar mais uma vez: a lei é federal e não tem nada a ver com leis  encaminhadas pela Assembléia ou pelo governo de Minas." - Raquel Faria - Diário de Itabira - 13/08/2010.
| No detalhe pontilhado, o traçado do que deveria ser a cidade sem a extração mineral, só para termos uma dimensão de volume. | 
FODA, NÉ? 
Dai, quando vejo a sociedade  "organizada" (associações de classe, comercial, CDL, Inter, Funcesi e  outras) e os candidatos a deputados federais, que deveriam colocar em  pauta agora, em período pré-eleitoral, uma profunda discussão e um  projeto político para defender os interesses da nossa terra natal, que é  berço da Vale e principal contribuinte para que a Vale chegasse onde  chegou, fico estarrecido. Não vi qualquer estudo ou proposta para  elegermos um representante para rever o óbvio. Pagaremos ainda muito  mais pela omissão e pela falta de visão. 
A NOSSA PEQUENÊS
Há candidatos, como o Neidson  Freitas, que já teve a sorte de ser presidente da Câmara Municipal, que  se gaba, até hoje, como "bom gestor" e usa a máquina para se vangloriar  de ter feito uma fossa para coleta de chuva. Para quem foi incapaz de  enxergar uma devastação bem atrás de sua cabeça, no Pico do Amor, nem  propor uma fiscalização da aplicação dos recursos pagos pela mineradora,  tampouco propôs, nem que por promessa e que eu tenha conhecimento, uma  Lei para revisar os royalties, caso se eleja deputado, seria  mesmo capaz de compreender a importância de sua pretenciosa função? A  diferença é que, em Brasília, a imprensa não cai na bobeira de ainda  bater "parmas de contentamento" pelo "grande feito" do garoto, que  conseguiu juntar água da chuva debaixo dos seus pés. E os outros  candidatos itabiranos? O que têm defendido?
CALMA AÍ, JACARÉ
  
Não  sou contra a Vale e nem contra a mineração. Mas entendo ser patente  revermos tudo. Desde uma revisão dos ínfimos impostos pagos, diante de  tanta riqueza não renovável que vai embora, como bem defendeu a Raquel  Faria, quanto da correta aplicação dos mesmos, no sentido de investirmos  esse dinheiro em outras iniciativas mais sustentáveis. Itabira tem  sido, de longe, o pior exemplo da correta aplicação dos recursos  públicos. Não faltam denúncias de funcionários públicos, com cargos de  confiança, que nem no expediente comparessem.
Percebo que vivemos numa cidade  do faz-de-conta, de cegos que fazem questão de não enxergar e  que  preferem tapar os olhos dos outros. O Zé Fernando, candidato a  governador pelo PV, levantou a bandeira e não conseguiu qualquer  reverberação aqui, nem que fosse para apoiar outro que se comprometesse  com causa semelhante. E para piorar, Zé Fernando deslizou ontem no  debate da Band.
ÍNDIO NÃO QUER APITO
  
De  nada ou pouco adianta elegermos deputados na cidade, como já fizemos  até agora, se eles próprios não entenderem e não praticarem suas reais  funções, sem clientelismo, sem se limitarem a indicações de verbinhas  para asilos e bandas de música. Vereadores e deputados TÊM MESMO É QUE  FISCALIZAR E PROPOR LEIS, cada qual no seu âmbito. Mas se preferirem  ficar negociando carguinhos para os seus, dá no que já deu. 
E a Vale, que não é nada boba,  sabe bem dessas más condutas e não pensa em abrir mais as torneiras por  nada. Até porque, quem paga errado, paga duas vezes...
Bom final de semana para todos!
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