A dengue tipo 4 (DENV- 4) é a menos comum dos três tipos existentes no Brasil, mas os casos aumentaram nos últimos meses. De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus ficou 28 anos sem aparecer no país e foi detectado novamente em julho do ano passado. Este ano, já foram comprovadas até o momento 77 ocorrências em oito estados brasileiros - Amazonas, Pará, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo.
Apesar de não haver grandes diferenças em relação aos diferentes tipos de dengue, esse aumento de incidência do quarto vírus preocupa o governo e os especialistas. Ao mesmo tempo, prevenir a expansão é fácil e precisa do empenho de toda a sociedade. Logo abaixo, o infectologista Celso Granato, do Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo, e o infectologista Marcos Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia, esclarecem as principais dúvidas sobre a dengue 4.
1. A dengue tipo 4 é a mais grave dos vírus da dengue?
Não. De acordo com Celso Granato, os quatro vírus são parecidos entre si: "Quando uma pessoa contrai dengue não dá para saber qual é o tipo pelos sintomas, porque são os mesmos para todos". Por isso, independente do vírus, a pessoa pode apresentar dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito.
2. Então por que há tanta preocupação com a dengue tipo 4?
Com mais um tipo circulando no Brasil, as chances das pessoas contraírem dengue diversas vezes é maior. "Quem teve dengue do tipo 1, cria anticorpos no seu organismo e não irá mais contrair a doença por esse mesmo vírus, mas ainda pode ser infectada pelos outros três tipos", esclarece Marcos Cyrillo, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O grande perigo é que, cada vez que uma pessoa tem dengue, aumenta o risco de ter a forma hemorrágica, o quadro mais grave da doença. O infectologista Granato explica que isso acontece porque, quando o organismo já tem anticorpos de um tipo, facilita a entrada de outro vírus na célula sanguínea. "Os anticorpos não identificam aquele novo vírus como inimigo e, ao permitirem sua entrada nas células, aumentam as chances de evoluir para a dengue hemorrágica", afirma o especialista.
Dessa forma, Granato faz a seguinte comparação: em cada mil pessoas com dengue, geralmente três apresentam a forma hemorrágica. Já a cada mil pessoas com dengue pela segunda vez, 30 poderão ter na forma mais grave. Pela terceira vez, esse número vai para aproximadamente 60.
Não. De acordo com Celso Granato, os quatro vírus são parecidos entre si: "Quando uma pessoa contrai dengue não dá para saber qual é o tipo pelos sintomas, porque são os mesmos para todos". Por isso, independente do vírus, a pessoa pode apresentar dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito.
2. Então por que há tanta preocupação com a dengue tipo 4?
Com mais um tipo circulando no Brasil, as chances das pessoas contraírem dengue diversas vezes é maior. "Quem teve dengue do tipo 1, cria anticorpos no seu organismo e não irá mais contrair a doença por esse mesmo vírus, mas ainda pode ser infectada pelos outros três tipos", esclarece Marcos Cyrillo, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O grande perigo é que, cada vez que uma pessoa tem dengue, aumenta o risco de ter a forma hemorrágica, o quadro mais grave da doença. O infectologista Granato explica que isso acontece porque, quando o organismo já tem anticorpos de um tipo, facilita a entrada de outro vírus na célula sanguínea. "Os anticorpos não identificam aquele novo vírus como inimigo e, ao permitirem sua entrada nas células, aumentam as chances de evoluir para a dengue hemorrágica", afirma o especialista.
Dessa forma, Granato faz a seguinte comparação: em cada mil pessoas com dengue, geralmente três apresentam a forma hemorrágica. Já a cada mil pessoas com dengue pela segunda vez, 30 poderão ter na forma mais grave. Pela terceira vez, esse número vai para aproximadamente 60.
3. Como descobrir se estou com dengue tipo 4 e não de outro tipo?
Há um kit distribuído pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) que permite fazer um teste para descobrir o vírus. Aqui no Brasil, é realizado em laboratórios como o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Foi esse exame que permitiu ao Ministério da Saúde indicar a dengue do tipo 1 como a mais comum no Brasil, representando 73% dos casos no primeiro trimestre de 2011.
4. Pode haver uma epidemia de dengue do tipo 4?
Os especialistas acreditam que sim, provavelmente no verão, quando o calor for maior. No entanto, é algo simples de ser evitado. "A incidência da dengue do tipo 4 é maior nos estados que menos fazem a prevenção corretamente", explica Granato. Prevenir esse tipo de dengue ou qualquer outro significa impedir a proliferação do mosquito transmissor. E isso começa dentro da casa de cada um, combatendo focos de água parada. Essas medidas já estão dando certo: o Ministério da Saúde indicou que o número de notificações de dengue no Brasil caiu nos três primeiros meses de 2011 (254.734 casos), em comparação com o mesmo período de 2010 (448.701 casos).
Há um kit distribuído pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) que permite fazer um teste para descobrir o vírus. Aqui no Brasil, é realizado em laboratórios como o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA). Foi esse exame que permitiu ao Ministério da Saúde indicar a dengue do tipo 1 como a mais comum no Brasil, representando 73% dos casos no primeiro trimestre de 2011.
4. Pode haver uma epidemia de dengue do tipo 4?
Os especialistas acreditam que sim, provavelmente no verão, quando o calor for maior. No entanto, é algo simples de ser evitado. "A incidência da dengue do tipo 4 é maior nos estados que menos fazem a prevenção corretamente", explica Granato. Prevenir esse tipo de dengue ou qualquer outro significa impedir a proliferação do mosquito transmissor. E isso começa dentro da casa de cada um, combatendo focos de água parada. Essas medidas já estão dando certo: o Ministério da Saúde indicou que o número de notificações de dengue no Brasil caiu nos três primeiros meses de 2011 (254.734 casos), em comparação com o mesmo período de 2010 (448.701 casos).
5. Por que ainda não há uma vacina contra a dengue?
Exatamente pelo fato de existirem quatro tipos de vírus. "Imagine só: você vacina uma pessoa contra a dengue do tipo 4, ou seja, faz com que ela crie anticorpos contra esse vírus. No entanto, caso ela seja infectada por outro dos três tipos, terá mais chances de ter dengue hemorrágica", adverte Granato. Se for criada uma vacina contra os quatro tipos e um novo vírus aparecer, o perigo será o mesmo. É por isso que a prevenção deve ser feita evitando o acúmulo de água.
6. Como posso saber se estou com dengue ou com uma gripe comum?
Como os sintomas são muito parecidos, só dá pra saber fazendo exame de sangue. Caso você suspeite que esteja com dengue, é só ir o quanto antes a um pronto socorro ou a um médico clínico geral. É importante lembrar que a aspirina deve ser evitada nesses casos, porque ela altera as plaquetas do sangue - células que ajudam na coagulação sanguínea -, assim como o vírus da dengue também provoca essas alterações, podendo causar mais sangramentos.
Exatamente pelo fato de existirem quatro tipos de vírus. "Imagine só: você vacina uma pessoa contra a dengue do tipo 4, ou seja, faz com que ela crie anticorpos contra esse vírus. No entanto, caso ela seja infectada por outro dos três tipos, terá mais chances de ter dengue hemorrágica", adverte Granato. Se for criada uma vacina contra os quatro tipos e um novo vírus aparecer, o perigo será o mesmo. É por isso que a prevenção deve ser feita evitando o acúmulo de água.
6. Como posso saber se estou com dengue ou com uma gripe comum?
Como os sintomas são muito parecidos, só dá pra saber fazendo exame de sangue. Caso você suspeite que esteja com dengue, é só ir o quanto antes a um pronto socorro ou a um médico clínico geral. É importante lembrar que a aspirina deve ser evitada nesses casos, porque ela altera as plaquetas do sangue - células que ajudam na coagulação sanguínea -, assim como o vírus da dengue também provoca essas alterações, podendo causar mais sangramentos.
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