Médicos de ao menos 21 Estados vão fazer paralisações no atendimento a pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde) nesta terça-feira (25) para protestar por melhores salários e melhores condições de trabalho. A manifestação atinge as consultas e exames eletivos marcados com antecedência, que devem ser remarcados – procedimentos de emergência devem ser feitos normalmente.
De acordo com o CFM (Conselho Federal de Medicina), a expectativa é que metade dos 195 mil médicos que trabalham no SUS participem do movimento.
A suspensão dos atendimentos ocorrerá nos seguintes Estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.
Em São Paulo, os organizadores preveem que a paralisação ocorra em algumas unidades de saúde, ao longo do dia inteiro. Já em Santa Catarina, deve durar uma hora, no período da tarde. No Piauí, a paralisação se estenderá por três dias.
No Distrito Federal, em Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio de Janeiro, no Tocantins e em Roraima, estão previstas apenas manifestações e atos públicos.
O 2º vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá Miranda, diz em nota que o objetivo do movimento é “chamar a atenção das autoridades para a necessidade de mais recursos para a saúde, melhor remuneração para os profissionais e melhor assistência à população”.
– Faremos o que todo brasileiro gostaria de estar fazendo: dar um basta nas precariedades do SUS.
Segundo os organizadores da paralisação, a média do salário-base do médico que se submete a uma jornada de 20 horas semanais de trabalho, sem considerar gratificações, é de R$ 1.946,91, oscilando de R$ 723,81 a R$ 4.143,67 dependendo da unidade da federação.
A Fenam (Federação Nacional dos Médicos) defende um piso salarial de R$ 9.188,22. Há ainda falta de leitos hospitalares - entre 1990 e 2008, o país teria perdido 188.845 leitos.
Ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que esperava contar com o “bom-senso” das entidades médicas.
– Não acredito em paralisação de serviços de urgência e emergência, acredito na responsabilidade das entidades médicas. Torcemos por isso.
De acordo com Padilha, trata-se apenas do dia nacional de luta da categoria.
– Os médicos têm seus dias nacionais de luta, é uma ação tradicional. O Ministério da Saúde, quando souber quais são as propostas, vai ter uma opinião sobre isso.
Neste ano, os médicos já promoveram paralisações aos atendimentos de clientes de planos de saúde. A última foi no dia 21 de setembro, quando profissionais de saúde de 23 Estados e do Distrito Federal paralisam o atendimento a certos planos de saúde para cobrar um aumento no valor pago pelas consultas e também para protestar contra o que os profissionais chamam de “postura abusiva e antiética” das seguradoras.
FONTE: R7
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